Veganismo cresce em Jundiaí e mercado expande com iniciativas criativas

Veganismo cresce em Jundiaí e mercado expande com iniciativas criativas

Se antes quase não havia opções veganas ou vegetarianas em Jundiaí, de dois anos para já não é possível dizer o mesmo: iniciativas criativas surgem na cidade, muitas delas impulsionadas pelo maior conhecimento do público sobre o veganismo e o maior número de adeptos na cidade.

Hoje, dia 01 de novembro, é Dia Mundial do Veganismo e, em alusão à data, o Tribuna de Jundiaí conversou com veganos da cidade que estão apostando no mercado, bem como com uma das organizadores do VegJu (Feira Vegana de Jundiaí), a primeira feira vegana que ocorreu na cidade.

Cláudia Trevisan conta que a primeira feira foi em 2017, ainda tímida, com a previsão de um público de apenas 200 pessoas. "Não imaginávamos que iria lotar tanto, foram cerca de 700 pessoas, o espaço não comportou, os produtos dos expositores acabaram, foi um sucesso", conta.

Depois dessa edição, veio a segunda feira, neste ano. Dentre as atrações, a presença da ativista Luísa Mell, bem como 43 expositores e um público de 2 mil pessoas.

"Agora conseguimos parceria com a Prefeitura de Jundiaí e já estamos pensando na próxima feira, em um Centro Esportivo da cidade. Vai ter feira de adoção também, entrada para pets e ainda mais expositores", continua Cláudia, que é vegana há dois anos e meio e foi vegetariana por quinze.

Mas qual a diferença? "Vegetarianos não comem carne, mas comem derivados de animais, como leite, ovos e derivados. Os veganos não consomem nada que tenha produtos de origem animal, seja comida, sapato, roupa, cosmético", conta, lembrando que veganismo é mais do que uma dieta e sim uma filosofia de vida, que visa excluir todo e qualquer sofrimento animal da linha de consumo.

E é pensando neste público, um pouco mais restrito, que essas iniciativas surgem na cidade. Um exemplo é o primeiro restaurante e café vegano da cidade, o V² Café e Restaurante, que fica na região central.

No caso do V², conforme explica o dono, Shermann Tan, o diferencial é que, além de restaurante, o espaço é também uma cafeteria. “Eu amo café e fiz até um curso de barista, para me especializar. Queria trazer para a cidade uma opção voltada também para quem gosta e é vegano", conta.

Ele,, que é vegano, disse que viu no público uma oportunidade de negócio. “Tem muita gente que busca esse tipo de serviço. E como temos muita restrição, procuramos lugares em que não seja necessário perguntar quais são os ingredientes de todos os produtos”, diz.

Outro espaço que será inaugurado na cidade é o "Doces Delicinha", com doces e guloseimas veganos. O local passa a funcionar a partir do próximo dia 10. A dona é a Elisabete Coraine, que conta que se interessou pela culinária por causa do filho.

"Eu já fazia doces antes, mas comecei a fazer versões veganas por conta do meu filho. Hoje, só faço assim. Em Jundiaí tem bastante procura e uma carência grande ainda desse mercado. Achei melhor montar uma loja física para ficar mais fácil para as pessoas", explica a doceira, que vai vender opções de bolos, tortas, cupcakes e outras guloseimas, todas sem nada de origem animal.

Além dos locais fixos, muitos trabalham apenas por encomendas, como é o caso da confeiteira Carolina Infanger, do "Querida Amélia", que vende pães, doces e bolos e é figura frequente nas feiras veganas da região.

"Sou formada em gastronomia e percebo uma demanda cada vez maior de consumidores veganos. E eu sou vegana, então não faço apenas um trabalho de comida, eu estou disseminando uma filosofia, estou fazendo algo que vai de acordo com os meus ideais", conta a jundiaiense.

E, para além da comida, há também outras iniciativas na cidade, como é o caso da "Limpa Verde", loja de produtos de limpeza naturais e veganos, sem nada de origem animal, com unidade física no Jardim Samambaia.

Outra iniciativa, a "Panela Vegetariana", vende marmitinhas e outros produtos por encomenda, para quem deseja ter o que comer durante ou almoço ou congelar para durante a semana.

Mas não pensem que para por aí: há de tudo. Tem quem venda sapatos com materiais ecológicos e até cosméticos naturais. Sem dúvida uma enorme tendência.

"É algo que cresce muito na região. Temos percebido também pequenos eventos dentro de condomínios, pequenas feiras acontecendo ao redor da cidade, além de um interesse maior do público. Existe uma curiosidade que até pouco tempo atrás não existia. As pessoas gostam, são adeptas a querem experimentar e conhecer mais sobre", finaliza Cláudia Trevisan.

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