Servidores do DEBEA (Departamento de Bem Estar Animal), da Prefeitura de Jundiaí, estão passando por uma série de treinamentos para aprenderem a adestrar os cães com mau comportamento recolhidos pelo órgão e treiná-los antes da adoção.
De acordo com a diretora do departamento, Alessandra Benedetti Ferreira, cerca de 30% dos animais são devolvidos após a adoção.
"Sempre percebemos esse problema no quesito comportamento e muitos não sabem lidar com isso, querem apenas um animal que dê alegria. Então agora nós queremos treiná-los para que já cheguem na casa dos adotantes com um novo perfil", explicou.
Quem realiza o treinamento é Jorge Pereira, especialista em animais. Em São Paulo, ele é responsável por um grupo de treinamento de cachorros. Os cães são treinados para auxiliar não apenas a polícia, mas também na busca por pessoas e outros animais desaparecidos. Ele conta que esse trabalho com cachorros prestes a serem adotados é primordial.
"É dar uma chance para eles e ensinar aos que trabalham aqui a também entender cada um dos cães e sua personalidade. Isso auxilia no momento em que uma família vem adotar algum cão e procura por uma característica específica, que nem sempre será a melhor quando chegarem em casa. Os servidores precisam estar atentos para qual cão se adequa mais a qual família", disse.
Em oito encontros, que já estão em reta final, ele passa aos 16 servidores do DEBEA como ensinar para os animais truques como sentar, dar a pata e responder a comandos básicos. "Esses animais se destacam na hora da adoção", disse. Em São Paulo, segundo ele, esse trabalho com o órgão municipal esvaziou a ala dos animais que antes eram agressivos.
Um dos exemplos é um cão do DEBEA que, sem uma das patas, teria maior dificuldade para ser adotado. Agora ele aprendeu a dar a outra patinha, o que para Jorge já agrega e faz o adotante ver que o animal sabe algo a mais. "Deixa de ser só aquele animal que não tinha uma patinha", continuou.
Outro exemplo positivo que já aconteceu depois do treinamento é o cão Scooby, que foi devolvido por mau comportamento e depois dos treinamentos já pode ser considerado outro bichinho.
"O Scooby tinha acabado de chegar aqui, machucado e arredio. Uma pessoa o viu e o adotou, mesmo com os alertas que demos sobre o comportamento. Em uma semana o guardião devolveu. Com apenas algumas aulas conseguimos melhorar o comportamento dele e hoje é outro cachorro”, conta Renato Ferreira dos Santos, servidor do DEBEA.
Ele também treina Ary, outro cachorro que chegou muito ferido e não aceitava a aproximação das pessoas. Hoje o cão dá a pata, senta e aguarda os comandos com obediência, no aguardo da recompensa – um biscoito ou ração -.
E aí, quem já quer adotar um amiguinho?