Memorando indica cortes na Corregedoria da Receita Federal; governo nega

Memorando indica cortes na Corregedoria da Receita Federal; governo nega

Um memorando da Corregedoria da Receita Federal critica cortes de cargos e setores no órgão feitos, segundo o documento do atual governo. De acordo com o memorando, a decisão pode comprometer o trabalho de combate à corrupção da Receita.

 

O documento assinado pelo corregedor da Receita Federal, José Pereira Barros Netto, faz duras, faz duras críticas a um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no inicio de janeiro que mexe com a estrutura do órgão.

Ele diz que a corregedoria da receita sofreu sérias perdas em seu comando central, com a extinção de uma coordenação operacional e de uma divisão, além de três serviços importantes terem sido convertidos em assessorias.

O corregedor também disse que tomou conhecimento de uma proposta de alteração do decreto que indica o corte de cinco dos dez escritórios da Corregedoria da Receita.

Para ele, tudo isso representa um desmonte do órgão, o que, segundo afirmou, teria efeito desastroso no combate à corrupção com acúmulo de denúncias, diminuição do ritmo das investigações e paralisação de trabalhos conjuntos com a Polícia Federal e o Ministério Público.

A Receita Federal divulgou uma nota na qual afirma que não há qualquer decisão acerca do corte de cinco dos dez escritórios de corregedoria e que há apenas "simulações de cenários" para atender ao decreto assinado pelo presidente Bolsonaro.

Segundo a nota, a redução de estruturas físicas e cargos de chefia não significa um desmonte no trabalho de combate à corrupção.

A Receita afirmou ainda que a eventual perda de chefias implica "zero" servidores a menos atuando na área e que alegações de "desmonte da corregedoria" e "fragilidade no combate à corrupção" representam "ilações desprovidas de qualquer fundamento"

De acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Unafisco), o memorando do corregedor causou preocupação.

Em nota, a Unafisco diz: "Esperamos que os ajustes anunciados não sejam resultado de uma ação deliberada para inviabilizar o trabalho do departamento, apenas fruto do desconhecimento do funcionamento da máquina pública".

Via G1

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