Cabeleireira ganha carro em rifa solidária mas devolve para ajudar criança que precisa de cirurgia

Cabeleireira ganha carro em rifa solidária mas devolve para ajudar criança que precisa de cirurgia

A cabeleireira Isabel Soares, de 48 anos, devolveu o carro que ganhou em uma rifa solidária para ajudar o Akonn Verdugo Gonçalves, de 3 anos, que precisava do dinheiro para uma cirurgia de emergência no olho esquerdo.

Moradora de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, no instante em que soube que tinha sido sorteada, Isabel resolveu doar o automóvel para o menino.

"Fiz o que o meu coração pediu. O pai dele precisa do carro para trabalhar, então não poderia aceitá-lo", disse a cabeleireira, que precisou fazer a doação do automóvel em cartório, uma vez que o sorteio aconteceu via loteria no dia 31 de janeiro.

A mãe do menino, Jéssica Verdugo, de 26 anos, mora em São José do Vale do Rio Preto e contou que nem imaginava que isso pudesse acontecer.

"Foi uma atitude muito nobre. Ela já tinha comprado uma parte das rifas, ajudou a vender também. O fato de não aceitar o carro nos deixou muito emocionados. Não dá para imaginar nem uma pessoa da família fazendo isso, imagina quem não é?", questionou.

Segundo Jéssica, os problemas de visão do Akonn foram descobertos em novembro do ano passado. Quando levou o filho ao médico, descobriu que ele precisava fazer a cirurgia imediatamente e que custava R$ 20 mil.

O marido dela, José Antônio Gonçalves, trabalha como vendedor de roupas de cama, de porta em porta, e Jéssica contou que eles não tinham o dinheiro para pagar a operação.

"Na hora que soubemos do valor ficamos desesperados porque sabíamos que não dava para bancar esse custo. Mas depois começamos uma campanha nas redes sociais, fizemos um almoço para arrecadar dinheiro e quando pensamos em vender o carro, veio a ideia da rifa", contou.

Com todas estas ações, a família conseguiu arrecadar o dinheiro e o Akonn foi operado no dia 8 de dezembro. Atualmente, ele está em processo de recuperação. De acordo com Jéssica, o tratamento pós cirurgia vai durar, pelo menos, cinco anos.

"Agradecemos muito as pessoas que nos ajudaram e também a Isabel. Meu marido precisa do carro para fazer as vendas. É com esse dinheiro que paga todas as contas da nossa casa. Não sei nem como seria se ficássêmos sem o automóvel, mas naquela hora era o único bem que tínhamos para vender", afirma Jéssica.

Já Isabel disse que não pensou duas vezes na hora de recusar o prêmio.

"Perdi meu filho em um acidente de trânsito aos 17 anos e não pude fazer nada. Por isso, vendo a luta dessa família, não medi esforços para ajudá-los, para que eles tenham a oportunidade de cuidar do filho deles", disse.

Com informações do Portal G1. 

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