O que fazer quando uma tarefa não é cumprida da forma esperada e descobre-se, posteriormente, que parte da equipe responsável por tal tarefa não é alfabetizada? Foi o que aconteceu na WeWork, um espaço de trabalho compartilhado em São Paulo.
Nátaly Bonato, Community Manager do local, precisava resolver alguns problemas quanto à limpeza da unidade. Ela resolveu pedir para os funcionários, que eram terceirizados, que montassem um relatório apontando as principais questões.
“O relatório demorou 1 semana pra chegar e quando veio, o banheiro virou um caos. Não entendi nada e aí, nos reunimos e a descoberta foi que 50% do time (terceirizado) era iletrado”, escreveu Nátaly em uma postagem nas redes sociais.
Ao invés de trocar a equipe, Nátaly teve uma ideia muito melhor: procurar nas escolas que fazem parte da empresa alguém que pudesse alfabetizar os auxiliares de limpeza. Foi assim que ela conheceu a pedagoga Dani Araujo, que topou o desafio.
“As pessoas não são descartáveis. Eu não queria que alguém passasse pela minha vida sem ter o meu melhor, sem que eu pudesse tentar. Então, eu não queria que eles saíssem daqui um dia e continuassem tendo aquelas profissões por que eles não tinham escolha”, disse Nátaly em entrevista ao Razões para Acreditar.
As aulas aconteciam às terças e quintas-feiras, no horário de almoço, e duravam 1 hora e meia. “Foi ousado participar desse projeto. Não tinha experiência com letramento para adultos. Vibrei e chorei com cada conquista que fazíamos juntos, me sinto privilegiada pelo aprendizado que eles me proporcionaram”, afirmou a pedagoga, que continuou dando as aulas mesmo depois de se desligar da empresa.
Cinco meses depois, Irene, Neuraci e ‘Madruga’ já conseguiam escrever uma carta. Para celebrar essa conquista, Nátaly e seu time organizaram uma formatura surpresa. “Na hora que eu vi eles vindo de beca, eu comecei a desfalecer de chorar e não só eu!”, lembra Nátaly. “Foi muito incrível mesmo. Acho que é a melhor experiência da minha vida”.
Fonte: Bem Mais Mulher