Cabeleireira mais antiga de Jundiaí, Cidinha tem salão há 42 anos na Vila Hortolândia

Cabeleireira mais antiga de Jundiaí, Cidinha tem salão há 42 anos na Vila Hortolândia

A simplicidade de quem trabalhou uma vida inteira e, aos 66 anos, diz com todo orgulho: “Eu amo o que eu faço!”.

Maria Aparecida Bonafé Zanune, mais conhecida como Cidinha, começou a cortar cabelos em 1970, mas no dia 1 de abril de 1977, cadastrou o salão na Prefeitura e recebeu a licença para exercer a profissão.

Quase 42 anos se passaram e Cidinha continua firme e forte fazendo aquilo que ela ama.

“Eu já trabalhei muito. Mas muito mesmo! Hoje eu ainda atendo, um pouco menos do que antes, mas atendo”, conta.

Ao Tribuna de Jundiaí, Cidinha contou que não é jundiaiense, mas adotou a cidade no coração há muitos anos. Ela explica que morava em Dois Córregos, interior de São Paulo, e chegou em Jundiaí aos 15 anos.

“Saímos da roça e viemos para Jundiaí com toda a família”, relembra.

Quando abriu seu próprio salão, ela morava no bairro Agapeama e usou um espaço na casa da mãe, que morava na Vila Hortolândia, para tocar seu negócio. “Eu só dormia na Agapeama. Eu trabalhava tanto, mas tanto, que passava mais tempo aqui do que lá”.

A simpática cabeleireira recorda que já chegou a atender mais de 30 pessoas em um só dia. Fato que não dá para se duvidar, uma vez que Cidinha guarda suas agendas antigas e fez questão de que víssemos as marcações de horários e a quantidade de clientes que passavam no salão em um só dia.

O objetivo por trás de tanto trabalho era um só: oferecer uma educação de qualidade ao filho. “Com o dinheiro do salão, eu ajudei a pagar a escola do meu filho. Depois, ele fez faculdade e hoje é engenheiro”, conta, orgulhosa do feito.

Com o tempo, ela fidelizou a clientela, levando até o salão clientes que moravam em outros bairros. “Eu tinha uma cliente que faleceu há pouco tempo e morava no Centro da cidade, mas vinha aqui cortar o cabelo. Ela dizia que com tantos salões perto da casa dela, ela preferia que eu cortasse”, diz.

O salão é pequeno, porém muito organizado e aconchegante, fácil de se sentir bem recebido. Apesar de ainda exercer a profissão com muito amor, Cidinha reconhece que os tempos são outros e que, hoje, as pessoas prefere salões maiores.

“A minha clientela são de pessoas mais idosas. Eu atendo pouquíssimos jovens. De uns anos para cá, as coisas mudaram. Antes eu ainda atendia 15 pessoas no dia, em édia. Hoje atendo duas, três e, às vezes, nenhuma”.

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Mas, o amor e dedicação pelos quais Cidinha iniciou na profissão ainda são presentes, o que dá para sentir só no modo dela se expressar. Repetidas vezes ela disse, durante a entrevista: “Eu amo o que eu faço!”. E pudemos ter certeza que sim.

Questionada pela nossa equipe se pensa em parar e se ‘aposentar’ da profissão, ela respondeu certeira: “Eu só vou parar quando não der mais pra mim ou se eu morrer. Caso contrário, estamos aí”.

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