Mais de 1.200 candidatos ficam com dívida de campanha nas eleições

Mais de 1.200 candidatos ficam com dívida de campanha nas eleições

Mais de mil candidatos ficaram com dívidas de campanha nas eleições de 2018, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O saldo devedor dos que participaram apenas do primeiro turno e já tiveram a prestação de contas encerrada é de R$ 77 milhões.

Por enquanto, o maior déficit é do candidato derrotado ao governo do estado do RJ Eduardo Paes (DEM), que tem R$ 6,3 milhões de saldo devedor. A assessoria do candidato diz que ele está em viagem e que não foi possível fazer contato para que comentasse o dado.

Em seguida está o candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad (PT), que está fazendo uma campanha para arrecadar contribuições dos eleitores. Ele registrou uma dívida de R$ 3,8 milhões até o momento no sistema do TSE.

Em terceiro está o governador eleito de SP João Doria (PSDB), com saldo devedor de R$ 2,9 milhões. Hélder Barbalho (MDB), candidato vencedor ao governo do Pará, aparece depois com R$ 2,8 milhões. Já Antonio Anastasia (PSDB), derrotado na disputa pelo governo de Minas Gerais, fica em quinto, com dívida de R$ 2,6 milhões.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) entregou as contas ao TSE no dia 9. Ficou com um saldo positivo de R$ 1,5 milhão. Os técnicos do tribunal, no entanto, afirmaram ter encontrado "inconsistências nos documentos". Bolsonaro, então, retificou a prestação de contas.

Dos mais de 18 mil candidatos que enviaram as prestações de contas, 1.245 estão com saldo devedor. Desses, 129 foram eleitos. Mais de 30% dos candidatos e partidos que disputaram o 1º turno, no entanto, não prestaram contas. Os dados entregues ao TSE mostram que 14 candidatos devem mais de R$ 1 milhão cada um. Todos disputaram governos estaduais.

Entre os candidatos ao Senado, o maior saldo devedor é de Rodrigo Cunha, eleito pelo PSDB de Alagoas, com R$ 877 mil. Dos candidatos a deputado federal, o maior prejuízo é de Givaldo Carimbão (Avante), também alagoano, que não se elegeu e ficou com déficit de R$ 741 mil.

Arnaldo Silva (DEM), que não se elegeu para uma vaga na Assembléia de Minas Gerais, foi o candidato a deputado estadual com maior dívida. O parlamentar registrou dívida de R$ 334 mil na campanha.

Partidos

Os candidatos endividados devem encaminhar um cronograma de pagamento da dívida de campanha ao TSE junto com a prestação de contas. Segundo o órgão, caso a dívida persista, passa a ser considerada no julgamento das contas do partido do candidato.

Considerando as sobras e dívidas de campanha, 7 partidos ficaram com saldo devedor no primeiro turno. A maior dívida é do PT, de R$ 8,4 milhões. Em seguida, estão PSDB (R$ 5,3 milhões), PDT (R$ 1,9 milhão), PHS (R$ 1,2 milhão) e PV (R$ 514 mil).

Os 30 candidatos que disputaram o segundo turno tiveram até o dia 17 para entregar a prestação de contas ao TSE. Os dados completos e atualizados, no entanto, ainda não estão disponíveis. Até o momento, 19 deles estão com saldo devedor, no valor total de R$ 35,3 milhões. Esse montante pode variar até a prestação final.

Matéria: G1

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