O advogado Lucas Emanuel Ricci Dantas, de 28 anos, é um dos acadêmicos que integra o programa de pós-graduação em Ciência Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), no período 2018-2022.
Mestre em Direito pelo Centro Universitário Eurípedes Soares da Rocha de Marília (Univem), o jurista tem paralisia cerebral, causada por falta de oxigenação no cérebro durante a gestação.
O advogada tem dificuldades na locomoção, fala e não possui coordenação motora para escrever e isso nunca foi motivo para desistir de sua carreira profissional.
Hoje, Lucas fará doutorado em Responsabilidade do Estado, sob orientação do professor-doutor, Renato Bernadi. Além disso, ele trabalha como responsável técnico do escritório de advocacia Dantas e Santana, onde atua em parceria com a irmã, Andrea Ricci Dantas Yanaguizawa e, a noiva, Jenifer Santana.
O escritório é o único do pais com um núcleo especializado no atendimento à pessoa com deficiência e está sediado em Marília (SP).
Rotina e superação
A cada 15 dias, Lucas vai até Jacarézinho para as aulas do doutorado. O pai o leva até a cidade, e segundo o filho, ele é um dos seus maiores aliados no combate diário às dificuldades impostas pela paralisia cerebral, pois muitas vezes ele é quem digita ou redige os documentos.
Apesar das limitações físicas relacionadas à paralisia, Lucas é contra rótulos que possam de alguma forma diferenciá-lo por sua condição. "Eu não sou um prodígio. Sou apenas uma pessoa esforçada. Na verdade, tenho capacidade para ser ainda mais, e às vezes me sinto até meio preguiçoso", brinca.
"O ingresso de Lucas no Doutorado nos tem feito pensar em políticas de acesso e permanência à pessoa com deficiência no ensino superior, especialmente no nosso Programa de Pós-graduação", destaca o coordenador do programa, professor-doutor, Fernando Brito.
Inclusão UENP
A Universidade Estadual do Norte do Paraná tem atualmente 30 acadêmicos com algum tipo de deficiência física, visual ou auditiva.
O processo seletivo vestibular oferece condições especiais para pessoas com deficiência, tendo acréscimo de uma
hora no tempo de prova e demais alterações nas condições de realização do exame, conforme a necessidade de
cada candidato, avaliada por uma banca específica.
Fonte: Razões para Acreditar/ Deficiente Eficiente.