Música eletrônica diminui picadas e reprodução do Aedes aegypti, segundo pesquisa

Música eletrônica diminui picadas e reprodução do Aedes aegypti, segundo pesquisa

Pesquisadores da Universidade Malasya Sarawak, na Malásia, realizaram um estudo sobre o efeito da música eletrônica no mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, febre amarela e chikungunya.

 

Para o teste, eles escolheram a música ‘Scary Monsters and Nice Sprites’, do produtor Skrillex, e foi constatado que enquanto a música toca os mosquitos se reproduziam menos e também picavam menos.

Em insetos, vibrações de baixa frequência facilitam a hora do acasalamento, mas barulhos podem atrapalhar sua percepção de sinais vindos de outros insetos e de humanos.

“No caso dos mosquitos, o som emitido por eles vem do batimento das asas (o mesmo zumbido que escutamos no ouvido) e o batimento das asas possui uma frequência específica tanto para os machos quanto para as fêmeas. Para a cópula, essas frequências podem ser alteradas e ‘acertadas’ entre machos e fêmeas, para que entrem numa sintonia”, explicou ao G1 Tamara Lima Câmara, do Departamento de Epidemiologia da USP.

Existem outros estudos parecidos que tentaram entender como é a resposta de mosquitos às músicas, já que é conhecido que eles respondem às frequências sonoras além das mais básicas. Porém, nenhum estudo havia tentado entender o impacto da música como possível agente repelente.

Para Tamara, as antenas dos mosquitos funcionam como órgãos sensoriais que percebem a vibração e são sensíveis a ondas sonoras por isso existe a ideia de repelentes ultrassônicos, que não são perceptíveis aos ouvidos humanos, mas afastariam os mosquitos.

“Um desses sons ultrassônicos imitaria, por exemplo, o batimento das asas de predadores de mosquitos. Entretanto, não há confirmação científica da eficiência desse método de repelência”, diz Tamara, ao G1.

Pesquisa e descobertas

Para os estudos, os cientistas criaram dois ambientes: um com e outro sem música e compararam as taxas de visitação, alimentação e reprodução dos mosquitos em cada um.

As fêmeas da espécie expostas à música visitaram o ambiente mais tarde que o normal, menos vezes e também se alimentaram menos. Além disso, os mosquitos expostos à música copularam muito menos do que os que estavam no ambiente sem som.

O estudo pode ser um meio para que novas formas de repelentes ultrassônicos sejam testadas, mas Tamara alerta que é preciso mais avanços. “Associações entre música e animais já foram feiras anteriormente. No caso dos mosquitos, por perceberem ondas sonoras, talvez a música seja percebida também. Mas, é importante lembrar que o experimento foi realizado com a música tocando bem próxima dos mosquitos, o que invalida a ideia de colocar som alto dentro de casa para espantar as picadas”.

Fonte: G1

Recomendados para você