Papai Noel negro comemora sucesso em shopping em São José dos Campos

Papai Noel negro comemora sucesso em shopping em São José dos Campos

O metalúrgico aposentado Rubens Campolino, de 70 anos, tem nesta terça-feira (20) uma data para celebrar com mais de um motivo - no Dia da Consciência Negra completa um ano desde que estreou como o primeiro Papai Noel negro de um shopping em São José dos Campos (SP).

Na internet, o caso viralizou e demonstra a importância da representatividade, principalmente por atuar em um mercado onde predominam brancos.

"Eu sou feliz demais por poder levar alegria para tanta gente e por fazer um ano aqui", conta.

Ele conta que a melhor parte é a interação com as crianças e adultos que vão visitar o Bom Velhinho. "Eu sou o Papai Noel para todo mundo. As reações das crianças variam, tem crianças negras que acabam comentando que pareço um parente, o pai, o avô e já se sentem em casa", disse.

Um dos que adoraram o Papai Noel é o Diego, um garoto negro de seis anos, que teve uma reação marcante ao ver Rubens.

"Ele é especial, tem cromossomopatia e a comunicação dele é toda por meio de gestos. Ele ficou eufórico, apontava para o Papai Noel e apontava para o braço dele, mostrando a cor da pele. Todo mundo diz que a foto dele encarando o Papai Noel dispensa legendas", conta.

E o Papai Noel Rubens diz que repercutiu de vez na internet e que fica feliz que a maioria dos comentários são de apoio.

"Esses dias vi que uma foto tinha mais de sete mil pessoas compartilhando. É legal demais receber o carinho do pessoal. É bem um reflexo de como eu sou, para cima", diz.

E o convite, ele conta que veio após ganhar um concurso como mister terceira idade.

"Eu respondi: 'tudo bem, mas você viu a foto minha?, viu que eu sou negro?'. Aí responderam que eu ia ser o primeiro Noel negro. Minha esposa apoiou e disse que eu tinha que me preparar para reações positivas, mas também negativas. E hoje estou aqui"

E, apesar de relatar nunca ter sofrido preconceito, Rubens reforça a importância de que exista representatividade e diversidade entre os estilos de Noéis.

"Minhas filhas não viram um Papai Noel negro, mas meus netos já viram. Isso [representatividade] é uma coisa nova que as crianças vão ter. Eu sempre penso na frase do [Martin] Luther King que diz que espera o dia que as pessoas não vão ser julgadas pela cor, vão ser julgadas pelo caráter. Isso é o principal, sempre".

Com informações do Portal G1.

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