Pense na seguinte equação: o nome do pai + o nome da mãe = um nome diferente e um pouco inusitado, diga-se de passagem. Ou o nome daquele cantor, ator ou jogador de futebol favorito dos seus pais que acaba indo para a sua certidão de nascimento. A equipe de reportagem do Tribuna de Jundiaí conversou com três personagens com nomes diferentes, o John Lennon, o Darnley e a Luziran, e eles nos contaram de onde veio a inspiração, ou criatividade, na escolha de seus respectivos nomes.
John Lennon. Nem precisamos explicar muito de como e onde surgiu a inspiração para os pais do John registrá-lo assim. A história é simples: o pai era fã de carteirinha de Beatles e por coincidência – ou não -, a mãe era fã da novela Top Model, exibida na Globo, e que tinha um personagem chamado John Lennon, interpretado pelo ator Igor Lage.
“Uma situação que eu sempre vivia e vivo, não digo que seja constrangedora, mas engraçada. Quando estou em consultório, por exemplo, e chamam meu nome, todos ficam procurando pra ver quem é”, conta John, deixando bem claro que sempre levou as brincadeiras na esportiva.
John também afirmou que o nome não incomoda e nunca incomodou. Mas ele considera que existe o lado negativo e positivo. O negativo é que, em check-in de hotel, crachá de eventos e fichas, o nome quase sempre é escrito de forma incorreta. Ele considera como ponto positivo o fato de que, por ser um nome marcante, as pessoas não se esquecem dele e até ajuda a criar amizade e fortalecer laços.
Um nome, uma história de amor
Faça um teste aí na sua casa: se seu nome viesse da junção do nome do seu pai com o da sua mãe, como seria? Da nossa personagem, ficou assim: Luzia + Ivan = Luziran.
Luziran conta que o nome tem uma história simples, mas cheia de significado. Os pais namoraram por apenas três meses e já se casaram. Nesse curto tempo de namoro, eles já tinham o sonho de ter uma filha. Indecisão para escolher o nome? Nem um pouco! A filha, tão sonhada, já estava com o nome escolhido: seria a junção do nome do casal. “(O nome) não me incomoda não. Meu maior constrangimento é que poucas pessoas me chamam de Luziran. Falam de tudo: Luzirana, Luzira, Lu... o que?”, brinca.
“Meu filho vai ter nome de..." jogador de futebol
Muitas são as histórias de pais e mães que entram no embate na hora de escolher o nome do filho(a). E, às vezes, a parte que prevalece é a mais inusitada. Darnley. Te lembra o nome de alguém?
“Meu nome era para ser Richard. Mas meu pai gostava muito de um goleiro do Grêmio. A minha mãe queria Richard. Acho que eles até brigaram”, conta Darnley, que foi registrado com esse nome inspirado no goleiro Danrlei de Deus Hinterholz e até criou expectativa de se tornar jogador, mas o sonho não foi pra frente.
Diferente dos outros personagens, que não se incomodavam com o nome, Darnley conta que costumava se importar bastante com o nome. “Eu ligava bastante pra isso. As pessoas não sabiam pronunciar e eu sempre ficava com vergonha”, relata.
Hoje, Darnley não liga mais. Inclusive, prefere que as pessoas chamem por seu nome e não pelo apelido. Apelido, inclusive, que também não é nada convencional. “Não tem nada a ver com meu nome. Minha irmã pequena me chamava de Gu e ficou. Minha irmã, minha mãe, todos me chamam de Gu, mas eu prefiro que chamem de Darnley mesmo”, explica.
Nomes constrangedores
Escolher o nome de alguém não é uma tarefa fácil, afinal, é algo que a pessoa vai levar por toda a vida. Em meio a essas decisões, já ouvimos diversos casos de registro de nomes considerados constrangedores.
Em entrevista ao Tribuna de Jundiaí por telefone, o 1º Cartório de Registro Civil de Jundiaí informou que o Oficial de registro pode e deve interferir quando o nome apresentado for constrangedor ou ofensivo, com base na Lei do Registro, nº 6015/73, em seu artigo 55, parágrafo único.
Caso haja insistência por parte dos responsáveis, o Oficial de registro deve enviar o caso para o Juiz Corregedor Permanente. Abre-se então, um processo administrativo, decidido por sentença.