Quatro em cada 10 brasileiros ainda compram por impulso

Quatro em cada 10 brasileiros ainda compram por impulso

A pesquisa "Uso de Crédito", realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apontou que 37% dos consumidores compram algo de que não precisavam, principalmente devido à facilidade de crédito. Na visão desse público, as lojas que mais facilitam o crédito e estimulam as compras são as virtuais (29%), seguidas dos supermercados (19%) e lojas de departamento (17%).

Quando recebem o contato de bancos, lojas ou financeiras lhe oferecendo cartões, aumento do limite do cheque especial ou crédito extra, 36% veem a proposta e avaliam de acordo com o orçamento, 24% não chegam nem a ver a proposta e 17% não veem a proposta porque sabem que o orçamento não permite. No entanto, 11% ouve e aceita a proposta porque gosta de ter crédito disponível ou avalia de acordo com a vontade de fazer compras.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor precisa ficar atento às armadilhas do crédito fácil. “É muito comum as pessoas receberem oferta de um cartão de crédito assim que abrem uma conta em banco, ou mesmo ter acesso a linhas de crédito que ficam disponíveis de forma automática na conta corrente, estimulando a contratação de um empréstimo, por exemplo”, diz Kawauti. “Porém, nem sempre o crédito é necessário ou vem a ser a melhor solução. É um instrumento bastante útil para viabilizar metas de consumo, sem dúvida. Entretanto, se o consumidor não estiver com o orçamento preparado para quitar as parcelas, o endividamento pode fugir ao controle e trazer inúmeros problemas”, analisa.

Quase metade dos entrevistados - 47% - disseram que sentem que há maior dificuldade das lojas em aceitar certas modalidades de pagamento, especialmente o crediário (24%), o cheque pré-datado (23%) e o financiamento (18%). "Isso tem acontecido porque muitos lojistas acabam enfrentando problemas de inadimplência, e acabam ficando receosos e ampliar suas formas de pagamento", esclareceu o presidente da CDL Jundiaí, Edison Maltoni.

Caso o pagamento à vista seja muito inferior que na compra parcelada, 38% dos entrevistados disseram que acabam fazendo essa opção. Mas 19%, no entanto, preferem parcelas, caso a diferença de preço não seja grande e dessa maneira eles podem comprar mais coisas, se necessário.

Cartão de crédito é o preferido

A grande aceitação do cartão de crédito entre os consumidores brasileiros transparece mais uma vez, quando se considera a forma de parcelamento preferida dos brasileiros: 61% dos que irão parcelar nos próximos meses preferem utilizar o cartão de crédito (queda de 10,8 pontos percentuais em relação a 2016). Outros 14% dizem preferir o crediário/carnê, enquanto 10% preferem utilizar o cartão de lojas.

Ainda considerando quem pretende comprar parcelado no próximo mês, no momento de definir o número de parcelas da compra, quatro em cada dez escolhem a opção que oferecer a menor quantidade possível de prestações (43%). Em contrapartida, 26% sempre pedem o número máximo de parcelas sem juros, independentemente do valor da compra, enquanto 19% afirmam que quanto maior o valor da compra, maior o número de parcelas pedidas para pagar.

Metodologia

A pesquisa traça o perfil de 601 consumidores de todas as regiões brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos e pertencentes a todas as classes sociais. A margem de erro é de quatro pontos percentuais e a margem de confiança de 95%.

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