Brechó 'diferentão' em Jundiaí tem arara de trocas em nome da sustentabilidade

Brechó 'diferentão' em Jundiaí tem arara de trocas em nome da sustentabilidade

Uma nova tendência no consumo da moda são os brechós. Ideal para quem busca economia na aquisição de produtos, bem como o resgate de tendências, esses estabelecimentos se tornam cada vez mais comuns em lojas físicas ou online. 

Em Jundiaí, o brechó "Coelho Garimpeiro", que fica no Centro da cidade, foi além: mais do que peças de roupas à venda, o espaço também oferece uma 'arara de trocas', onde os clientes podem trocar suas peças de roupas por outras que estão ali, deixadas por outros clientes. 

Uma das donas do brechó, Gabriela Oliveira, diz que a ideia surgiu porque muitas pessoas chegavam até a loja querendo vender peças e não era possível atender a todos à época.

"Não queríamos deixar essas pessoas na mão e aí veio a ideia de criar aqui dentro um espaço de trocas, para que as pessoas troquem aquelas peças que elas deixam guardadas no armário por alguma nova, que outra pessou deixou na arara", conta.

Com isso, o intuito do brechó é não apenas vender as peças que são garimpadas semanalmente por Gabriela e sua sócia, em São Paulo e Campinas, mas também promover um espaço de troca em 'comunidade'.

"É a ideia do reúso, da sustentabilidade. Já tem muita roupa produzida no mundo. Ao invés de comprar peças novas dá para comprar roupas e acessórios usados ou então, por meio da arara, trocar as suas próprias roupas", continua Gabriela.

Para trocar existem algumas regras: as roupas precisam estar em bom estado, sem manchas, rasgos e avarias. A peça é avaliada e é possível deixar duas peças por dia. Na arara, há bolsas, acessórios e roupas variadas.

Brechó e ateliê

Além do espaço de troca, Gabriela investe no brechó, que segundo placa colocada em frente ao estabelecimento, é 'diferentão'. No espaço, uma série de roupas, calçados e acessórios, todos usados e em bom estado de conservação, inspirados em tendências de décadas passadas. 

Brechó de Jundiaí promove arara de trocas para quem deseja trocar roupas INTERNAEspaço reúne tendências de décadas passadas, além de também servir como ateliê de costura

A ideia de abrir o "Coelho Garimpeiro" veio depois de terminar a faculdade de moda, junto com uma amiga. As duas também costuram e resgatam muitas das peças que encontram. "Nós reformamos e lavamos, para deixar com cara de nova".

Algumas das peças ainda passam por transformações feitas por artesões locais, que desenham, pintam e bordam algumas delas, como forma de customização.

"A ideia do ateliê de costura surgiu porque muita gente, quando rasga alguma roupa ou precisa arrumar algo, simplesmente deixa de usar, doa ou joga fora. Falta o costume de arrumar as peças. Nós também arrumamos, para que as pessoas evitem ainda mais esse ciclo de consumo", continua.

Gabriela ainda garante que é totalmente possível se vestir de forma sustentável. "Eu sou totalmente 'brechózeira', desde a época da faculdade. Meu guarda-roupas inteiro é de brechó. Tudo que eu preciso eu consigo achar garimpando".

E, para os que acabam levando alguma das peças, nas compras acima de R$ 50 o espaço disponibiliza uma ecobag feita com pedaços de pano reutilizados. "Para evitar o uso de mais plástico", diz a dona.

O brechó fica na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 367, Centro de Jundiaí. 

Feira de trocas

Outra iniciativa para os que se interessam por trocar peças ocorre em Jundiaí neste sábado, dia 10: é o Passa ou Repassa, feira de trocas do projeto "Trampo com Moda".

Segundo descrição do evento no Facebook, é uma feira de trocas, doações e customização para "repensar o consumo das roupas, da origem ao descarte, onde promovemos uma maneira mais consciente e sustentável de consumir sem colocar a mão no bolso".

Para participar, basta levar roupas, sapatos e acessórios para fazer trocas com outras pessoas. Também é possível doar peças.

A feira contará com mesa-livre de costumização, oficina de bordado para customização, música, bar e flash tattoo. O evento é na Rua Hacib Kalaf, 124, Jardim Paulista, das 14h às 20h. A entrada é R$ 5.

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