Seu Milton Molinari: há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí

Seu Milton Molinari: há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí

O trabalho começa na madrugada, por volta das quatro horas da manhã. Mas, horas antes, o caminhão já está carregado com todas as hortaliças e frutas que serão vendidas na feira. Há 45 anos, essa é a rotina de Milton Molinari, morador do Caxambu e feirante apaixonado.

Cadastrado desde 1973, ele é um dos feirantes mais antigos de Jundiaí e monta sua ‘barraca’ três vezes na semana, às quartas na Ponte São João, aos sábados na Vianelo e aos domingos na Vila Arens. “Se eu não fosse feirante, eu não saberia o que fazer. Isso é o que eu gosto”, conta seu Milton, homem de poucas palavras, mas que entende tudo e mais um pouco quando o assunto é hortaliças.

Seu Milton Molinari há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí7Caminhão totalmente carregado para realizar a feira no dia seguinte (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Tudo o que ele vende é plantado em seu próprio sítio, herdado do pai, conhecido por ser vendedor de leite. Milton conta que, até os 20 e poucos anos de idade, ajudava o pai a vender leite. “Meu pai até plantava uva, mas o negócio dele era vender leite mesmo”, relembra.

Para realizar o trabalho, Milton conta com ajudantes na hora de colher e carregar o caminhão. Já na feira, ele faz questão de estar presente e conta com a ajuda do sogro de seu único filho e da esposa Antônia, ajudante fiel com quem é casado há 46 anos. “São 46 anos de casamento e cinco de namoro. Ou seja, 50 anos juntos. Uma vida, né? Ele precisa de ajuda na feira e eu estou sempre lá”, conta dona Antônia.

Seu Milton Molinari há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí4Seu Milton mostra tudo o que já estava lavado e preparado para ir direto para a feira. (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Apesar de estar na feira três dias na semana, o trabalho é feito todo dia. Um dia antes, acontece a colheita dos produtos, que são devidamente lavados, separados, amarrados em feixes e colocados nos caixotes que irão abastecer o caminhão. Com tantos anos de experiência e produtos de qualidade para oferecer, seu Milton tem clientes fiéis que, feira após feira, estão ali para reabastecer a casa com seus produtos. “Não é toda feira que a gente cria intimidade com o público. A feira de sábado é mais movimentada e sempre tem pessoas admiradas com as alfaces”, conta.

Você pode até estar se perguntando porque alguém ficaria admirado com um pé de alface, algo que vemos com facilidade nos supermercados. A questão é que as alfaces do sítio de seu Milton realmente chamam a atenção pelo tamanho. “Já cheguei a colher couve-flor com mais de 5kg e alfaces desse tamanho”, mostra seu Milton fazendo os movimentos com as mãos.

Seu Milton Molinari há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí1Beterrabas e cenouras prontas para a feira (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Durante entrevista ao Tribuna de Jundiaí, seu Milton fez questão de mostrar toda a plantação e explicar uma por uma. No ‘mar’ de terra e verdes, é possível encontrar coentro, espinafre, alface lisa e crespa, cenoura, beterraba, couve-flor, brócolis, cebolinha e frutas como uva niágara rosada e branca, e pêssego. “O pé de pêssego ainda não está como eu queria. Precisa cuidar mais pra conseguir que ele dê fruto o ano todo. Essas flores só vão se transformar em fruta daqui uns seis meses. Já as uvas já vão ‘apontar’ no final do ano”, explica Milton.

Seu Milton Molinari há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí5Apenas uma pequena parte da grande plantação no sítio do seu Milton (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Questionado sobre qual o melhor dia de feira, seu Milton afirma com toda certeza que é no sábado, dia em que vende bastante coentro, espinafre, alface e beterraba. Ele também garante que o couve-flor é o carro-chefe das vendas. Já dona Antônia, fala com orgulho da alface. “Nossa alface não tem pra ninguém. Tem um gosto diferente, sabe? Não é igual a todas”.

Seu Milton Molinari há 45 anos do sítio no Caxambu para as feiras de Jundiaí9Carro-chefe da banca do seu Milton: a couve-flor (Foto: Tribuna de Jundiaí)

Não podíamos deixar de experimentar a tão famosa alface. Na verdade, não deixaram que saíssemos de lá sem ‘carregar as sacolas’ com alface lisa e crespa, couve-flor e brócolis. Nossa opinião? O alface realmente tem um gosto especial. A nossa teoria é que o cuidado e dedicação com a qual são tratados os produtos, desde a plantação até a venda, é o que vem fazendo a diferença para tantas pessoas há 45 anos.

Recomendados para você