Paciente do Grendacc no fim dos anos 90, ela já venceu o câncer duas vezes e hoje é mãe da Cecília

Paciente do Grendacc no fim dos anos 90, ela já venceu o câncer duas vezes e hoje é mãe da Cecília

Ana Raquel Merighi Damasceno, jornalista de 35 anos, é hoje mãe de uma menina de 3 anos, a Cecília. Contando sobre o processo de cura de um câncer ainda na adolescência, quando paciente do Grendacc, em entrevista ao Tribuna de Jundiaí, ela relatou sobre um fato ainda mais marcante em sua vida: o câncer de mama que apareceu três anos atrás, ainda grávida de sua filha.

A reportagem de Ana Raquel faz parte da série ‘Eu venci o câncer’, eu comemoração aos 23 anos do Grupo em Defesa da Criança com Câncer, o Grendacc, que completa o aniversário de pouco mais de duas décadas nesta quinta-feira, dia 18, e consagra-se hoje como um importante espaço em Jundiaí e região para o tratamento oncológico nessa faixa etária.

Se vencer pela primeira vez o câncer já foi difícil, a segunda foi ainda mais. E, três anos atrás, mesmo fora da faixa etária, Ana Raquel contou com o apoio do Grendacc. “Eles se colocaram à disposição se eu precisasse de algo novamente. Todos os amigos que fiz daquela época, assim como as médicas, ligaram para mim. Ficou essa relação de apoio e carinho, como se fosse uma família”, disse.

Em ambos os casos, a doença foi vencida. Da última vez, apesar das quimioterapias e todo o tratamento durante a gravidez, sua filha Cecília nasceu sem nenhuma sequela. “Esse era o meu maior medo, mas ela nasceu sem nada. Descobrir esse novo câncer foi uma surpresa bem triste, mas eu estou curada. Agora sigo em acompanhamento e tomando alguns medicamentos”, continuou.

Já na primeira vez, ainda como paciente do Grendacc, Ana Raquel tinha 15 anos e ia fazer 16, quando descobriu um linfoma de Hodking, um tumor que se inicia nos gânglios linfáticos (linfonodos), que são estruturas responsáveis pela produção e distribuição de grande parte das células do sistema imunológico.

“Como seria muito complicado fazer o tratamento em São Paulo, eu e minha mãe chegamos ao Grendacc. Na época não tinha o hospital ainda, era atrás do Tênis Clube, tinha uma casa de esquina que era a clínica, onde fazia a quimioterapia, e na frente tinham duas casas, onde ficavam as equipes multidisciplinares e a administração. Eu fiz o tratamento de 98 a 99”.

E, mesmo em meio a um momento tão difícil, a jornalista diz que o que mais auxiliou no processo de cura foi o apoio da equipe e também dos voluntários. “Uma coisa que me marcou muito era uma voluntária, que sempre levava sorvete para a gente. A quimioterapia dá muito enjoo, e o sorvete é fresquinho, dá uma aliviada. Ela sempre chegava com o 'sorvetinho'”, contou.

Apesar de um momento difícil e triste, Ana Raquel diz que ficou marcado pelo resto da vida, ainda mais pelas amizades que ficaram. “É engraçado porque é um momento difícil, mas que resultou nessa lembrança bacana e se mantiveram as amizades e os laços, tanto com os médicos, quanto voluntários e outros pacientes. A gente manteve essa amizade, esse contato. Se alguém casa, manda convite, todo mundo vai. Faz mais de 16 anos e a gente ainda tem esse carinho”, finalizou.

Atualmente o Grendacc fica na Rua Olívio Boa, 99, no Parque da Represa, e faz atendimentos ontológicos, hematológicos, cardiológicos, nefrológicos, neurológicos, tratamentos ambulatoriais, exames, além de serviços multidisciplinares.

No último ano, a instituição inaugurou o Hospital da Criança, que foi finalmente habilitado pelo Ministério da Saúde em fevereiro deste ano. Com isso, histórias como a de Ana Raquel serão cada vez mais corriqueiras e crianças e adolescentes encontrarão na instituição sua chance de cura.

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