Quando ouvimos falar sobre Santo Antônio, logo vem à mente as diversas tradições para atrair o olhar do “santo casamenteiro”. De acordo com o padre Jorge, responsável pela Paróquia Santo Antônio, que fica no bairro Anhangabaú, em Jundiaí, Santo Antônio teve e ainda tem uma influência muito maior na vida das pessoas.
“Santo Antônio foi um grande pregador e estudioso da Palavra. Ele era um doutor em conhecimento”, afirma o padre.
A data oficial da comemoração de Santo Antônio é no dia 13 de junho, porém a Paróquia, que em homenagem leva o nome dele, realiza uma programação especial desde o primeiro dia do mês. Para isso, conta com a ajuda de 400 voluntários.
Em um período de 13 dias, foram celebradas mais de 33 missas. A programação se intensificou para que todos pudessem ter a oportunidade de participar da comemoração.
Das tradições religiosas, duas são as mais conhecidas e chamam a atenção: a distribuição dos pães e bolos de Santo Antônio.
O pão, além de representar a provisão e sustento de cada dia, representa o amor que o santo tinha pelos pobres e o cuidado que demonstrava por eles.
Durante os dias de celebração, os fiéis que participam das missas fazem orações, recitam o responsório de Santo Antônio e recebem o pão no final da celebração.
O padre conta que a ajuda dos voluntários é vital para que a distribuição dos pães aconteça.
“Durante os dias de celebração, a igreja fica responsável pela compra dos pães. No dia 13 de junho, contamos com a ajuda de voluntários”.
Em média, são distribuídos mais de 65 mil pães e boa parte deles vem de doação. Para cumprir com a tradição do bolo de Santo Antônio, é necessária uma força-tarefa.
Cozinha cheia, trabalho a mil e muita dedicação: é esse o cenário que vemos dentro da cozinha da Paróquia. São produzidas mais de duas toneladas de bolo.
Ou seja: mais de 16 mil pedaços repartidos entre os fiéis. Todo ele é devidamente recheado, embalado e com uma surpresa: dentro de algumas caixas, são colocadas as medalhinhas de Santo Antônio.
Segundo a tradição, quem encontra a medalhinha, pode se preparar, pois virá casamento por aí!
Maria de Lurdes Gatolin, 52, frequenta a Paróquia desde que casou.
Ela conta que sempre ajudou na preparação da festa e há 18 anos se tornou coordenadora da confecção do bolo com mais duas voluntárias: Miriam Marcondes e Maria de Lurdes Pavan, ambas com 69 anos.
Elas contam com alegria que o trabalho é intenso, mas quando o dia da festa chega, a satisfação é tão grande que chega a emocionar.
“A sensação é de dever cumprido e de muita gratidão a Deus por poder ajudar mais um ano’, conta Maria de Lurdes Gatolin.
Para Mirian, ajudar na produção do bolo é uma herança familiar.
“Minha mãe, Maria Tapia, sempre ajudou nas quermesses simples, quando o chão ainda era de terra”. Hoje, com 44 anos de casada, três filhas e três netas, Mirian deseja continuar passando a tradição para as próximas gerações.
Agora a pergunta que não quer calar. Além da tradição religiosa, existe a tradição popular sobre o “santo casamenteiro”. Será que funciona mesmo?
“O que mais vale na hora de fazer o pedido para Santo Antônio é a fé. Tem que pedir para ele interceder”, é o que diz Maria de Lurdes Gatolin, casada há 52 anos.
Já para Maria de Lurdes Pavan, apelar para o santo funciona, com certeza.
“Depois da festa, nós sempre ouvimos testemunhos das pessoas que pegaram a medalhinha. Elas fazem questão de contar.
Inclusive, uma moça fez um acordo: ela ajudaria na produção do bolo e Santo Antônio ajudava ela a casar. No ano seguinte, ela veio toda feliz dizendo que estava casada”.
A busca pela medalhinha abençoada não é só para os solteiros, não. Para os casados que encontrarem a medalha, a tradição diz que ajuda a fortalecer o casamento, aumentando a fé e o respeito entre o casal.
Vale lembrar que a distribuição dos pães é uma tradição fixa da Paróquia Santo Antônio e acontece toda terça-feira ao final da missa.
Serviço
13 de junho – Dia de Santo Antônio
Festa das 7h às 22h
Local: Avenida Dr. Pedro Soares de Camargo, 724 – Anhangabaú.