Jundiaienses relatam que também sentiram tremor de terra

Jundiaienses relatam que também sentiram tremor de terra

Um tremor de terra que atingiu o sul da Bolívia, na manhã desta segunda-feira (2), com valor de 6.8 na Escala Richter, também foi sentido em diversas regiões do Brasil, incluindo Jundiaí. Apesar de, por aqui, nenhum prédio ter sido evacuado, como aconteceu em São Paulo e em Brasília, moradores que estavam em andares mais altos relataram ter sentido os efeitos do abalo sísmico.

“Eu trabalho no sétimo andar e de repente, por volta de 10h40, vi meu notebook mexendo para lá e para cá. Achei que estava com labirintite, fiquei assustado, vi mexer mesmo. Meu assistente também viu o notebook dele mexer, só que com menos intensidade, porque o meu está solto na mesa. Depois só que vi o que aconteceu e entendi de fato”, diz Vagner Taliaro, que trabalha em um prédio na Avenida Jundiaí.

Já no caso de Tereza Cristina, moradora do oitavo andar na Rua Vigário João José Rodrigues, no Centro, o que ficou mais evidente foi o mal-estar. “Eu senti como se fosse crise de labirintite, achei estranho. Estava em pé, até sentei, tomei um copo de água. Meu marido me ligou, disse que sentiu o mesmo e que o prédio que ele trabalha, na Rua do Retiro, até balançou. Aí que eu liguei a televisão e vi o que aconteceu. Mas foi uma coisa rápida”, relata.

São Paulo

No entanto, de acordo com os relatos, o tremor na capital foi mais evidente. Michele Almeida, jundiaiense que trabalha no prédio da Petrobrás, na Avenida Paulista, conta que o edifício teve que ser evacuado e que as pessoas ficaram assustadas.

“A gente sentiu o prédio balançando, foi bem esquisito, parecia até que minha pressão estava caindo. As pessoas ficaram assustadas, teve gente que até desmaiou, foi uma sensação bem ruim. Depois de evacuarmos, o Corpo de Bombeiros averiguou o prédio e viu que não abalou a estrutura e nem nada”, disse.

O também jundiaiense Rafael Alcadipani, professor na Fundação Getúlio Vargas, relatou em entrevista à CBN que também sentiu o abalo sísmico e viu, pela Avenida Paulista, várias pessoas fora dos prédios.

“Não houve ferimentos, foi apenas um grande susto. E foi rápido, não chegou nem a um minuto na verdade. Eu estava na academia e senti um tremor, deu uma boa balançada. Agora tem várias pessoas evacuadas dos prédios”, relatou.

O tremor

Rodrigo Paixão, professor do Departamento de Geografia da PUC-Rio, explicou ao Tribuna de Jundiaí o que aconteceu na manhã desta segunda-feira. Confira nota na íntegra:

“O evento está associado a uma série de processos geológicos por conta do deslocamento das placas tectônicas. Por mais que o Brasil esteja dentro dos limites da placa sul-americana, na porção oeste do continente, a placa está em contato com uma outra placa tectônica, num movimento de convergência entre essas placas.

Sempre que tem esse encontro, alguns desses movimentos podem ser mais intensos. E esses deslocamentos acabam gerando efeitos de terremotos que normalmente são sentidos próximos do encontro das placas.

No entanto, em alguns casos, são tão intensos, como o ocorrido hoje na Bolívia com 6,8 graus de magnitude da escala Ritcher, eles acabam sendo sentidos ao longo do continente por conta das vibrações da placa sul-americana, sentidos em menor escala no Brasil.

Esses eventos são mais recorrentes do que se pode imaginar e são registrados pela rede sismológica brasileira em menos intensidade”. 

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