Mata Ciliar convive com escassez de recursos para tratar e reabilitar animais silvestres

Mata Ciliar convive com escassez de recursos para tratar e reabilitar animais silvestres

O crescimento urbano tem provocado sérios problemas na fauna e na flora da região de Jundiaí e as principais vítimas têm sido os animais silvestres, que estão morrendo de fome por causa da devastação de seus habitat naturais ou atropelados nas rodovias que cortam as cidades.

A Associação Mata Ciliar, que há 30 anos faz o trabalho de resgate, reabilitação e soltura de animais silvestres, em Jundiaí, conhece bem este drama da vida silvestre. Diariamente a entidade recebe uma média de 10 animais silvestres vítimas de atropelamentos, queimadas, choques elétricos e outros acidentes em decorrência do desordenado avanço urbano e agropecuário, além de muitos bichos vítimas de tráfico e de caça.

Desde setembro do ano passado, a Mata Ciliar está recebendo apenas animais em situação de emergência em razão dos sérios problemas financeiros que a entidade tem passado nos últimos anos com cortes de convênios com prefeituras e patrocinadores. "A medida que o número de bichos acidentados e perdidos cresce, convivemos com a escassez de recursos para tratar e reabilitar esses animais", lamenta a entidade.

Segundo a coordenadora Cristina Harumi Adania, em 2017 a entidade colaborou com 96 cidades do Estado e conforme levantamento 60% a 70% dos animais que chegaram foram de Jundiaí. Mesmo com toda esta demanda, a Prefeitura de Jundiaí ainda não renovou o convênio com a Mata Ciliar neste ano. "Estamos aguardando este posicionamento da prefeitura que vai nos ajudar bastante", disse Cristina.

A Prefeitura de Jundiaí informou que "atualmente está em fase de construção de convênio para o atendimento a animais silvestres".

Sem saída

Enquanto isso, muitos animais silvestres entre a vida e a morte não param de chegar na AMC. Nesta semana, a entidade recebeu uma onça-parda atropelada e também um lobo-guará vítima do mesmo acidente. Enquanto a onça foi atropelada em Itapira-SP, o jovem macho lobo foi resgatado em uma rodovia em Tambaú-SP.

"O número de animais silvestres atropelados cresce a cada ano em razão da falta de legislação que não impõe ações preventivas nas rodovias", criticou em nota a entidade.

Em 2017, a AMC recebeu 12 onças no total, a quantidade foi superior ao ano anterior. O último que chegou foi o filhote Maia de aproximadamente dois meses, que estava perdido em um canavial de Araçatuba sem a mãe, uma triste realidade comum no interior de São Paulo com o avanço desta monocultura.

Outra preocupação da entidade nos últimos dias tem sido com os primatas, que estão sendo mortos criminalmente por populares que acreditam que eles oferecem risco de transmitir a febre amarela. "O número de macacos mortos pela febre amarela ou agredidos é assustador e já se nota o desaparecimento de grupos inteiros em algumas regiões do estado de São Paulo", informa a entidade.

Você pode ajudar

Para que os animais resgatados possam voltar à natureza eles precisam passar por um processo de reabilitação que demanda tempo, recursos e dinheiro. Para contribuir com esta missão em salvar vidas qualquer pessoa pode apadrinhar os animais que residem na Associação Mata Ciliar, pelo programa Adote um Animal.  http://mataciliar.org.br/mata/adoteumanimal/ 

Também é possível doar qualquer quantia através do link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/alimente-os-animais-da-mata

Recomendados para você